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Foto: https://paraibacriativa.com.br/

 

CARLOS GILDEMAR PONTES

(  BRASIL – PARAÍBA )

 

Carlos Gildemar Pontes é um escritor e poeta cearense radicado na Paraíba, residindo em Cajazeiras desde 1993. É Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG, Campus de Cajazeiras), Mestre em Letras (UERN). Tem 27 títulos publicados entre Poemas, Contos, Ensaios e Crítica Literária em 21 livros e 7 cordéis.  Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais, Carlos Gildemar já foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Além de ser articulista/ colunista do Gazeta do Alto Piranhas e do Site diário do sertão e editor da Revista Acauã. Carlos Gildemar ainda Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais.

Em 2018, Carlos Gildemar lançou um novo livro de poemas, intitulado “Poesia na bagagem”, obra na qual explica que “o leitor encontra a trajetória de um jovem que há 25 anos estava construindo uma poética que deveria chegar a uma marca, que é a marca pessoal que todo poeta imprime na obra”.

Carlos Gildemar ainda comenta, “Eu sou muito grato à persistência de acreditar no amor, na esperança, no idealismo de construir um mundo melhor, e a poesia foi responsável por eu manter acesa essa chama. Como poeta eu trago a certeza de que eu posso mudar o mundo. Nós podemos reformar esse mundo com a poesia.” 

Dentre as publicações, em poesia, encontra-se: 

Metafísica das partes, 1991; O olhar de Narciso, 1995; Os gestos do amor: magia e ritual, 2004; Quando o amor acontece…, 2005; Melhor seria ser pardal, 2009;

Em Cordel:  Da roça pro viaduto, 2ª ed. 1997; As aventuras de Zé Severino, 1998; A queda do Zé Severino, 1999; Bush vai reinar no inferno, 2007; Michael Jackson a morte do rei do pop, 2010.
Ver biografia completa em: https://paraibacriativa.com.br/artista/carlos-gildemar-pontes/

   

PONTAS, Carlos Gildemar.  Quando o amor acontece.  Fortaleza: Acauã, 2006.  134 p.                  Ex. biblioteca de Antonio Miranda      

 

AUSÊNCIA

eu não queria te fazer este poema
eu preferia estar te dizendo
coisas simples, confusas
frases feitas

melhor do que esta distância
que me consome os dias

eu não queria olhar triste para a praça
e ver os meninos brincando
o passarinho ciscando
e tu fora desta moldura

eu não queria anoitecer
e saber que o teu cheiro
preencheria o quarto
e a minha solidão

melhor seria nunca ter-te visto
te tocado
te preparado para herdar este poema

seu não queria esta ausência
nem esta distância
eu só queria pra esta noite
quem sabe amanhã e depois
quem sabe se existe o sempre...

 

 

CAMINHOS

permite que eu abra os meus olhos
e sinta a tarde doirando sonhos
pensei em teu corpo trespassado
pelo meu olhar emoldurando a paisagem

permite que o passarinho
pouse junto de nós
e faça parte desse quadro
e leve em suas asas
esperanças de ninhos
para nós cantarmos
as cores da tarde

permite que eu leve a um amigo
nosso mistério de amor
como símbolo de esperança
e que ele possa lançar
sementes em nós
noutros caminhos
permite que o nosso amor
envelheça como vinho
e molhe a boca dos jovens e dos velhos
ao sabor de sexo e de cio
nos caminhos de encontros e estios.                                                                                                                                                        

 

ESTRELA NO OLHAR

algumas estrelas já não são as mesmas
às vezes procuro-as no céu
e vejo-as escondidas na minha infância.
 

 

O GESTO DO AMOR

o amor atravessa
com passos e com abraços
corações em festa.

 

MULHER-MULHER

os poetas cantaram as mulheres musas
deusas de carne e nuvem.
quintana se alumbrou com bruna
dirceu com marília, “ah marilia minha...”
inês, lindóia, julieta, nice, eugênia, tcheza...
são tantas!
quero cantar os olhos da que vejo
mulher-nuvem, mulher-carne
mulher-mulher.

 

*

VEJA e LEIA outros poetas da PARAÍBA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/paraiba.html

Página publicada em janeiro de 2024


 

 

 
 
 
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